Br 230: Sete anos de obra, trechos refeitos, buracos renascidos e uma triplicação que virou sinônimo de desrespeito ao contribuinte.

A impressão, meu caro Paiakan, é que o Ministério Público não tem passado pelas “obras” de triplicação da BR-230, no trecho entre João Pessoa e Cabedelo. Iniciadas em 2017, elas parecem não ter fim — sem prazos, sem ritmo e sem rumo. Tornaram-se um verdadeiro tormento para quem precisa trafegar diariamente pela rodovia.
Não bastassem os incontáveis desvios — já que novos trechos são iniciados antes mesmo de outros serem concluídos —, os motoristas agora enfrentam um pedaço de terra batida nas proximidades da Praia do Jacaré, como se fosse uma ironia à recepção turística da região. O mais absurdo: estão quebrando um trecho que já havia sido finalizado, sabe-se lá com que propósito.
Tem sido assim. Partes prontas são desmanchadas pela construtora (ir)responsável, sob os olhos complacentes de um Dnit que parece não fiscalizar nem se importar. O resultado é um festival de incompetência, desorganização e descaso, um verdadeiro abuso contra o contribuinte que financia, com paciência e impostos, o caos travestido de obra pública.
Num país sério, meu caro Paiakan, os responsáveis — e os irresponsáveis — por essa patifaria já estariam respondendo por seus atos. Mas aqui, a poeira cobre tudo: o asfalto, as promessas e a dignidade de quem paga a conta.

