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Áudio atribuído a ex-juiz auxiliar de Moraes revela pressão psicológica no STF

Airton Vieira teria relatado desgaste físico, emocional e familiar durante atuação no gabinete do ministro; PF investiga vazamentos ligados a ex-assessor

Um áudio atribuído a Airton Vieira, ex-juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), revela um suposto desabafo sobre o esgotamento físico, psicológico e emocional que teria vivido durante o período em que atuava no gabinete do magistrado.

A gravação foi divulgada pelo portal Metrópoles e, segundo a reportagem, foi enviada em 14 de janeiro de 2023 a Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — à época também presidido por Moraes.

“Olha, realmente a coisa está feia, viu? Eu não aguento mais, física, psicológica e emocionalmente. Não consigo dormir sossegado, não tenho tranquilidade. Estou perdendo completamente a higidez mental, o pouco que eu ainda tinha. Realmente a coisa está feia”, teria dito Vieira no áudio.

O conteúdo sugere que o juiz enfrentava pressões intensas e crescentes no exercício da função, chegando a mencionar impactos em sua vida familiar. “Minha família está sendo extremamente prejudicada, e o trabalho só aumenta a pressão. Cobranças para tudo, o que falamos não tem crédito, e tudo é para anteontem”, teria desabafado.

Em outro trecho, ele afirma que considerava sair do cargo, mas se sentia constrangido a permanecer em meio ao momento de crise. “Pensei que a pressão diminuiria, mas ela voltou a crescer exponencialmente. Fico constrangido de sair agora, justamente no momento da maior tempestade”, teria dito.

Tentativas de contato e contexto

A Gazeta do Povo tentou contato com Vieira, que atualmente é desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas não obteve retorno. O áudio foi compartilhado nas redes sociais por Tagliaferro, que também está no centro de uma investigação da Polícia Federal.

Na última sexta-feira (8), o ministro Alexandre de Moraes negou pedido da defesa de Tagliaferro para ter acesso aos autos do inquérito que o investiga por vazamento de conversas internas do gabinete relacionadas ao bloqueio de perfis de direita nas redes sociais.

O ex-assessor foi indiciado por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. A investigação apura se ele teria vazado conversas de WhatsApp de integrantes do STF, possivelmente incluindo material sensível sobre decisões judiciais.

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