Empresário desvia R$ 25 milhões da saúde pública para financiar vida de ostentação
Golpe usava dinheiro público destinado à saúde para bancar viagens, festas e luxos pessoais; Justiça já bloqueia bens dos envolvidos
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O Fantástico deste domingo (21) revelou detalhes de um esquema de desvio de recursos públicos que desviou pelo menos R$ 25 milhões de postos de saúde e hospitais, destinados à saúde pública, para financiar uma vida de ostentação, incluindo viagens internacionais, festas e compras de luxo. O responsável, Humberto Silva, empresário preso no fim de novembro, é acusado de liderar o esquema, que envolvia o Instituto Riograndense de Desenvolvimento Social Integrado (IRDESI), uma organização social sem fins lucrativos que gerenciava hospitais.
Entre 2022 e 2025, o IRDESI recebeu R$ 340 milhões, principalmente pagos pela Prefeitura de Embu das Artes, com verba federal. A Polícia Federal identificou que parte desses recursos foi usada para financiar despesas pessoais do empresário e de sua família, como aluguel de um apartamento de luxo em Balneário Camboriú, viagens internacionais e até um casamento em Paris.
A esposa de Humberto, Maíne Baccin, que recebia R$ 23 mil mensais sem exercer qualquer função, e a ex-esposa, também foram beneficiadas pelo esquema. A PF também descobriu empresas fictícias que emitiam notas fiscais falsas, gerando um desvio de pelo menos R$ 8 milhões com apenas duas dessas empresas.
Enquanto os envolvidos viviam de luxo, hospitais administrados pelo IRDESI enfrentavam sérias dificuldades, como a falta de medicamentos e equipamentos. Em Jaguari (RS), um idoso faleceu após não conseguir realizar nebulização por falta de um aparelho de R$ 70.
A Justiça já bloqueou 14 imóveis, 53 veículos, uma lancha e contas bancárias de 20 investigados. O prejuízo estimado com o esquema é de R$ 25 milhões.
A defesa de Tássia Nunes, envolvida no caso, afirmou que ninguém é culpado antes do devido processo legal, enquanto a defesa de Maíne Baccin disse estar analisando os documentos do inquérito. A defesa de Humberto Silva não se manifestou.
Em nota, a Prefeitura de Embu das Artes disse que, se confirmadas as acusações, as responsabilidades são da organização social contratada e não do município. A prefeitura também esclareceu que a falta de medicamentos é responsabilidade da organização gestora.
Foto: Reprodução/TV Globo

