Política

Chile vira à direita: José Antonio Kast vence eleição com mais de 58% dos votos e promete mão dura contra o crime

O candidato de direita José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile neste domingo (14), ao obter mais de 58% dos votos, conforme dados oficiais divulgados pelo Serviço Eleitoral do país (Servel). A candidata de esquerda, Jeanette Jara, reconheceu a derrota e desejou êxito ao presidente eleito, afirmando que o resultado reflete a decisão soberana da democracia chilena.

Kast já liderava as pesquisas desde o primeiro turno e confirmou o favoritismo nas urnas. Em discurso após a confirmação da vitória, o novo presidente agradeceu aos eleitores, à família e aos apoiadores, e afirmou que governará para todos os chilenos. Ele pediu respeito às diferenças políticas e destacou que sua gestão será marcada pelo diálogo e pela rejeição à violência.

Durante a fala, Kast reconheceu as divergências ideológicas com a adversária derrotada, mas ressaltou que um governo democrático convive com oposição legítima. Ele também afirmou que os problemas que afetam a população não têm cor política e que pessoas podem agir corretamente ou não, independentemente de estarem à direita ou à esquerda.

O presidente eleito prometeu endurecer as leis e adotar medidas mais rígidas no combate ao crime organizado, tema que teve peso central na campanha. Segundo pesquisas, a criminalidade é a principal preocupação da população chilena, apesar de o país ainda figurar entre os mais seguros da América Latina. Nos últimos dez anos, os homicídios cresceram 140%, e os sequestros registraram aumento expressivo em 2024.

Jeanette Jara, ex-ministra do Trabalho do governo de Gabriel Boric, venceu o primeiro turno, mas a soma dos votos das candidaturas de direita ultrapassou a maioria absoluta, impulsionada por propostas voltadas à segurança pública.

Com 59 anos, Kast é líder do Partido Republicano e será o presidente chileno mais identificado com a direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990. Entre suas propostas estão o reforço das fronteiras, o combate à imigração irregular e o aumento do poder de atuação das forças de segurança. Esta foi a terceira vez que Kast disputou a Presidência da República.

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