Política

Crise institucional em Brasília se aprofunda após conflitos no Congresso e votação da dosimetria

Brasília atravessa um período de forte tensão política, com sucessivos episódios de confronto e desgaste entre os Poderes, especialmente após decisões recentes do Congresso Nacional que ampliaram o clima de instabilidade. Os acontecimentos da terça-feira, envolvendo agressões, tumulto e a votação do projeto da dosimetria, intensificaram a crise entre o presidente da Câmara, Hugo Motta, e a base governista, que já vinha expressando insatisfação. O relacionamento entre ambos os lados passa por seu pior momento no ano.

As cenas envolvendo o deputado federal Glauber Braga, que resultaram em intervenção imediata da Polícia Legislativa e, em seguida, em agressões a profissionais de imprensa nos corredores do Congresso, provocaram forte repercussão negativa. A suspensão temporária do acesso da mídia à cobertura tradicional das atividades da Câmara ampliou ainda mais a pressão sobre a imagem institucional do Legislativo, que vive um dos momentos de maior desgaste recente.

A decisão de Hugo Motta de levar o projeto da dosimetria à votação em regime de urgência, sem comunicação prévia ao governo, evidenciou um novo patamar de conflito. Para articuladores do Planalto, a medida expôs fragilidades no diálogo interno e agravou o estresse entre Executivo e Câmara. A disputa ganhou maior visibilidade após a rápida reação da base governista e da oposição de esquerda.

O texto aprovado trata de um substitutivo apresentado pelo relator Paulinho da Força ao PL 2162/23, originalmente protocolado por Marcelo Crivella e outros parlamentares. Alguns pontos sensíveis ainda são alvo de tentativas de modificação por parte do PSB e das federações Psol-Rede e PT-PCdoB-PV, que apresentaram destaques para suavizar trechos considerados problemáticos.

Com a aprovação na Câmara, a discussão segue agora para o Senado, onde há expectativa de revisão de pontos da proposta. O avanço do projeto ocorre em meio à rejeição popular à redução de penas para envolvidos nos atos de 8 de janeiro, especialmente figuras de comando e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, cresce a tensão entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal em torno do debate sobre pedidos de impeachment de ministros da Corte, questão que mantém acirrado o ambiente político.

Todos esses desdobramentos têm sido acompanhados pela Revista Nordeste, que registra o escalonamento contínuo da crise institucional e seus impactos no cenário nacional.

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