Poluição no Açude Velho gera mau cheiro e preocupa moradores, turistas e especialistas em Campina Grande
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/X/0/fFWDa8T7KkNeoosBdR2g/acude-velho-3.jpg)
O Açude Velho, um dos cartões-postais mais visitados de Campina Grande, no Agreste paraibano, tem despertado preocupação crescente entre moradores, turistas e pesquisadores devido ao avanço da poluição. A presença de peixes mortos, lixo acumulado e bancos de areia expostos tem provocado mau cheiro e afetado a paisagem do tradicional ponto turístico.
O turista carioca Nícolas Pontes relatou ao visitar o local que a situação causa impacto imediato: “A impressão que tive é que está muito sujo e com um cheiro muito forte.” Moradores também confirmam o incômodo diário. A dona de casa Lirian Sousa afirma que, mesmo para quem está acostumado à região, a permanência no entorno tem se tornado difícil: “A gente não consegue ficar sentada perto por causa do mau cheiro. Se fosse limpo, seria um cartão postal ainda melhor.”
Segundo especialistas, o quadro é resultado de problemas acumulados ao longo dos anos. A engenheira sanitarista Amanda Torquato explica que o açude enfrenta três desafios principais: degradação da qualidade da água, acúmulo de sedimentos e pontos de alagamento em períodos chuvosos. Ela lembra que sua pesquisa de pós-graduação, concluída em 2016, já apontava que a grande quantidade de lodo e pedras reduz a capacidade de armazenamento do reservatório, elevando o risco de transbordamentos.
Amanda observa que o assoreamento é um processo contínuo e que a falta de intervenções regulares de limpeza e dragagem agrava o cenário. Para ela, a combinação entre resíduos, sedimentos e a ausência de manejo adequado contribui para a sensação de abandono relatada pela população.
A engenheira Soahd Rached defende que o Açude Velho possui estruturas que poderiam ser utilizadas para amenizar os problemas, como o registro de descarga, que permitiria uma renovação mais eficiente da água. Ela também sugere o uso de sifões para retirar o lodo acumulado na parte mais profunda do reservatório, facilitando a circulação de água e reduzindo a estagnação.
A Prefeitura de Campina Grande afirma que a principal medida prevista é a dragagem do açude. O engenheiro civil Marco Aurélio Coutinho, da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), estima que entre 50% e 60% do reservatório estejam tomados por sedimentos. Ele informa que os projetos elaborados pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) já estão em análise pela Secretaria de Obras, com parte dos orçamentos concluída.
Enquanto a dragagem não é executada, equipes municipais atuam com ações paliativas, como remoção de resíduos flutuantes, limpeza das margens e manutenção de áreas próximas aos canais. A prefeitura também reforça iniciativas de conscientização para reduzir o descarte irregular de lixo, prática que contribui diretamente para a deterioração do manancial.
Com informações do Site – G1 Foto: Reprodução/TV Paraíba

