Polícia Civil desmantela esquema milionário de fraudes no Banco BV durante a operação “Simulacro”

A operação “Simulacro”, realizada nesta quarta-feira (26) pela Polícia Civil da Paraíba, desmantelou um esquema milionário de fraudes liderado, à época, por um gerente e funcionários do Banco BV (antigo Banco Votorantim), em João Pessoa. A investigação é conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da capital e identificou fraudes financeiras e lavagem de dinheiro realizadas principalmente por meio de “feirões falsos”.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária, todos expedidos pela 1ª Vara Regional de Garantias.
Segundo a Draco, as fraudes ocorriam por meio de dois esquemas: os “feirões fictícios” e o “desvio de comissões e financiamentos fraudulentos”. Ambos tinham conhecimento e participação do então gerente, que utilizava seu conhecimento interno para executar e acobertar as irregularidades.
Feirões falsos
De acordo com as investigações, o grupo utilizava empresas de fachada para simular grandes feirões de veículos. Com base nessa simulação, solicitavam vultosos repasses financeiros do banco para custear eventos que jamais aconteciam.
Os suspeitos produziam folders e materiais de divulgação para dar aparência de legalidade. “Eles simulavam feirões de veículos, mas na prática eles não existiam. Eram fictícios”, afirmou o delegado Elton Vinagre, da Draco, ao ClickPB.
Uma empresa de fachada chegou a ser criada exclusivamente para receber os repasses da BV Financeira.
Desvio de comissões
O segundo esquema envolvia o direcionamento fraudulento de financiamentos. Em vez de registrar operações diretamente no balcão do banco, os ex-gerentes encaminhavam os clientes para revendas parceiras e empresas ligadas ao grupo. Isso gerava comissões indevidas para essas empresas e causava prejuízo milionário ao banco.
Como o esquema foi descoberto
O delegado informou que a própria instituição financeira começou a suspeitar, devido à ausência de prestação de contas dos supostos feirões. Auditorias internas confirmaram que os eventos não existiam.
A Draco aponta indícios dos crimes de associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. As provas incluem documentos de auditoria, investigações paralelas e relatórios do COAF, que identificaram movimentações financeiras atípicas entre os suspeitos e empresas ligadas ao grupo.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos veículos, relógios de luxo e houve bloqueio de contas e bens, com o objetivo de ressarcir o prejuízo.
A operação contou com apoio do Gaeco (MPPB), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes de Campina Grande (DRE-CG), do GOE e da Unintelpol.

