Brasil

Descontentamento cresce entre militares após prisão preventiva de Jair Bolsonaro

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada neste sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, provocou insatisfação crescente entre militares da ativa e da reserva. Segundo apuração da revista Oeste, há forte descontentamento com o comando do Exército, liderado pelo general Tomás Paiva, visto por parte da tropa como colaborador de uma suposta “perseguição” a integrantes das Forças Armadas.

A Polícia Federal chegou à casa de Bolsonaro às 6h20 e o levou à superintendência em Brasília. Na decisão, Moraes citou dois fatores para justificar a prisão:

  • a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que ocorreria em frente à casa do ex-presidente;
  • uma falha na tornozeleira eletrônica, interpretada como possível tentativa de violação do equipamento.

Segundo relatos de militares, a cadeia de comando teria “abandonado” soldados, sargentos, oficiais intermediários e até coronéis, enquanto generais buscariam preservar cargos e missões no exterior. O desgaste teria começado com a apreensão do celular do tenente-coronel Mauro Cid, em março do ano passado — operação que, segundo esses militares, foi autorizada por Tomás Paiva.

Militares afirmam que o Alto Comando estaria desconectado da realidade da tropa e mantendo uma postura considerada excessivamente neutra diante das recentes ações judiciais. A prisão de oficiais, incluindo a condenação do general Walter Braga Netto a 19 anos de prisão, reforça entre parte da corporação a percepção de que o Exército “aceitou ser subjugado”.

Entre militares veteranos, o sentimento dominante é de frustração pela suposta quebra de valores tradicionais da caserna, como camaradagem e lealdade. Para eles, “as Forças Armadas deixaram para trás o discurso de que ninguém fica para trás”.

Foto: Fernando Souza/AFP)

 

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