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MP denuncia oito por execução de ex-delegado-geral de SP; crime foi encomendado pelo alto escalão do PCC

O Ministério Público de São Paulo denunciou oito pessoas pela execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, assassinado a tiros em setembro no litoral paulista. Segundo o Gaeco, o crime foi ordenado pela “sintonia geral” do Primeiro Comando da Capital (PCC) como vingança pela atuação do delegado ao longo de quatro décadas no combate à facção.

As investigações descartaram relação do homicídio com a passagem de Ruy pela Secretaria de Segurança de Praia Grande. O MP afirma que a ordem para matar o ex-delegado circulava no PCC ao menos desde 2019, com base em uma carta apreendida naquele ano que citava diretamente seu nome como alvo.

A denúncia aponta planejamento detalhado, incluindo vigilância da rotina da vítima, casas de apoio, carros de fuga, desligamento de câmeras e uso de armas de alto calibre. Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, conhecido como Pan, Fiel ou Penelope Charmosa, é citado como figura central na articulação, atuando como recrutador e organizador.

Os oito denunciados responderão por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, integração a organização criminosa armada, porte de arma de uso restrito e favorecimento pessoal.

A defesa de dois acusados — Paulo Henrique Caetano de Sales e Cristiano Alves da Silva — negou qualquer envolvimento, alegando ausência de provas, incompatibilidade física, álibi comprovado e participação apenas indireta por empréstimo ou aluguel de imóveis sem conhecimento de finalidade ilícita. A Polícia Civil já teria descartado participação ativa de Cristiano, segundo sua defesa.

O MP ainda realiza diligências para identificar outros possíveis envolvidos e aguarda decisão da Justiça sobre o recebimento da denúncia.

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