Política

Candidata chilena Jeannette Jara diz que Cuba “não é ditadura” e classifica Venezuela como “regime autoritário”

Comunista, presidenciável afirma que o sistema político cubano é “democrático à sua maneira” e critica efeitos do embargo dos EUA

A candidata presidencial chilena Jeannette Jara (Partido Comunista) afirmou que Cuba não é uma ditadura, mas sim “um sistema democrático distinto”. As declarações foram dadas à CNN, em abril de 2025, na sua primeira entrevista após oficializar a candidatura ao Palácio de La Moneda.

Jara fez questão de diferenciar os cenários de Cuba e da Venezuela. Segundo ela, o país caribenho enfrenta principalmente “as graves consequências do embargo dos Estados Unidos, que já dura décadas”, o que teria provocado uma crise humanitária. Sobre o modelo político cubano, afirmou:
“Acredito que Cuba tem um sistema democrático diferente do nosso. Existe um partido único, não é o único sistema assim, cada povo tem que definir seu próprio governo.”

Críticas ao regime de Maduro

Ao comentar a situação venezuelana após a reeleição de Nicolás Maduro — contestada pela oposição e por organismos internacionais — Jara reconheceu que o país vive um “regime autoritário”.
“Cada país deve definir seu próprio destino, mas é importante reconhecer que existe um regime autoritário na Venezuela”, disse.

A candidata afirmou ainda que usa os termos “ditadura” e “regime autoritário” de forma “indistinta” ao se referir ao governo venezuelano. Ela destacou a relevância do tema diante da grande população migrante da Venezuela instalada no Chile:
“Muitos não deixaram o país por escolha própria, mas por questões econômicas ou relacionadas à democracia.”

Disputa presidencial no Chile

Jeannette Jara, de 51 anos, disputará o segundo turno da eleição presidencial chilena em 14 de dezembro de 2025 contra José Antonio Kast (Partido Republicano), de 59 anos. Com 99% das urnas apuradas, Jara terminou o primeiro turno na frente, com 26,8%, seguida de Kast, com 23,9%.

Uma pesquisa AtlasIntel, realizada entre 10 e 14 de novembro, aponta vantagem de Kast em um eventual segundo turno, com 49% contra 39%, embora novas sondagens estejam proibidas por lei nos 15 dias anteriores ao pleito.

O desempenho do candidato conservador é impulsionado pelo desgaste do governo Gabriel Boric (Frente Ampla), que não conseguiu avançar na reforma constitucional.

O próximo presidente do Chile toma posse em 11 de março de 2026, sem possibilidade de reeleição.

Plataformas dos candidatos

  • José Antonio Kast defende reforço da segurança pública, controle da imigração, redução de impostos e ampliação de parcerias público-privadas.

  • Jeannette Jara propõe aumento do salário mínimo, expansão da indústria do lítio, combate à sonegação fiscal, modernização das forças policiais e limite de preço para medicamentos essenciais.

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