Protagonismo de Janja gera desconforto entre autoridades durante a COP30 em Belém

A COP30, conferência internacional sobre mudanças climáticas realizada em Belém do Pará, ganhou contornos de polêmica após a primeira-dama Janja Lula da Silva ocupar posição de destaque nas cerimônias oficiais, o que provocou incômodo entre ministros, parlamentares e diplomatas.
Durante o evento, Janja permaneceu na primeira fila ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente de ministros de Estado, presidentes dos Poderes e outras autoridades. O gesto, considerado fora do protocolo diplomático tradicional, foi confirmado pela organização como uma solicitação direta da equipe presidencial.
Em sessões temáticas sobre meio ambiente e energia, pastas diretamente ligadas à pauta climática, Marina Silva e Alexandre Silveira foram posicionados em segunda fila, enquanto a primeira-dama manteve-se em destaque — fato que, segundo fontes ouvidas pela imprensa, causou mal-estar e desconforto institucional.
A polêmica se estendeu à hospedagem do casal presidencial, que utilizou um iate de luxo durante o evento. De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom), a diária de R$ 2.647 por pessoa foi considerada a opção “mais econômica e segura” diante da falta de acomodações adequadas em Belém.
Nos bastidores, aliados do governo manifestaram preocupação com o protagonismo crescente de Janja, que não ocupa cargo formal, temendo que o episódio desvie o foco das discussões centrais sobre clima e meio ambiente.
A presença e atuação da primeira-dama, que tem buscado espaço em temas sociais e ambientais, reacenderam o debate sobre os limites do papel institucional de cônjuges de chefes de Estado em compromissos oficiais.
Foto: Bruno Peres

