Brasil

Ausências de líderes do Mercosul e Brics expõem isolamento diplomático de Lula antes da COP30

A reunião de cúpula preparatória para a COP30 revelou um cenário diplomático delicado para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nenhum dos presidentes dos países que integram o Mercosul ou o Brics compareceu ao encontro, apesar de o Brasil ocupar a presidência rotativa do bloco sul-americano. A ausência generalizada foi vista por diplomatas como um possível boicote articulado pelo presidente argentino Javier Milei.

Além do Mercosul, o esvaziamento da participação dos países do Brics — China, Rússia, Índia e África do Sul — foi interpretado como um sinal de distanciamento em relação ao governo brasileiro. Analistas apontam que a política externa de Lula, marcada por críticas aos Estados Unidos e defesa da substituição do dólar nas relações comerciais, teria contribuído para o isolamento.

Nos bastidores diplomáticos, há quem veja o episódio como um gesto de aproximação dos líderes ausentes com o ex-presidente norte-americano Donald Trump, adversário político de Joe Biden e figura com quem Milei e outros líderes mantêm afinidades ideológicas.

Nem mesmo o uruguaio Yamandú Orsi, um dos poucos líderes de esquerda eleitos recentemente na região, compareceu à cúpula. O Itamaraty não se pronunciou oficialmente sobre as ausências, que fragilizam o discurso de protagonismo internacional defendido por Lula em fóruns multilaterais.

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