Açude Manoel Marcionilo entra em colapso e Taperoá pode ficar sem água em 40 dias

O Açude Manoel Marcionilo, responsável pelo abastecimento da cidade de Taperoá, no Cariri paraibano, atingiu um nível crítico e opera com menos de 2,6% da sua capacidade total, que é de 15,1 milhões de metros cúbicos. Com o volume atual, o reservatório se aproxima do limite de segurança, colocando em risco o abastecimento de cerca de 15 mil habitantes.

A redução drástica é resultado da escassez de chuvas e das altas taxas de evaporação típicas do Semiárido. Dados recentes apontam que o nível da água está perigosamente próximo do volume morto, o que reacende o debate sobre o uso consciente e sustentável dos recursos hídricos.

Com apenas 400 mil metros cúbicos de água restantes, o município pode ficar sem abastecimento em até 40 dias, considerando o consumo e a evaporação natural. Caso o cenário se agrave, Taperoá pode ter que recorrer novamente a soluções emergenciais, como o abastecimento por carros-pipa, o que gera custos e transtornos para a população.

Em períodos anteriores de estiagem, a cidade chegou a ser atendida pela adutora de Mucutu, no município de Juazeirinho, mas a água tem alto teor de sal, o que limita seu uso — inclusive sendo imprópria para cozinhar.

A expectativa agora está voltada para a chegada das águas do Rio São Francisco, por meio da adutora do Pajeú. As águas já alcançaram o município vizinho de Desterro, e a previsão é que, em breve, cheguem a Taperoá. O trajeto deve seguir o leito do Rio Taperoá, onde o Açude Manoel Marcionilo foi construído, o que facilitaria o percurso.

Enquanto isso, autoridades e moradores são unânimes em reforçar a necessidade da economia de água. Medidas simples, como reduzir o tempo de banho, evitar lavar calçadas com mangueiras e reutilizar a água sempre que possível, são essenciais para evitar o colapso total do principal reservatório da cidade.