Paraíba

Paraíba assume protagonismo na definição do Orçamento federal

Comando da LDO e da Comissão de Orçamento está nas mãos de dois parlamentares paraibanos, que agora ditam o ritmo das negociações fiscais em Brasília

Em um momento crucial para o equilíbrio das contas públicas, a política orçamentária do país está, silenciosamente, sob a liderança de dois paraibanos. O deputado Gervásio Maia (PSB-PB), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e o senador Efraim Filho (União-PB), presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), ocupam hoje posições-chave no Congresso Nacional e se tornaram figuras centrais na definição do Orçamento da União.

Ambos têm em mãos a responsabilidade de destravar as negociações sobre o futuro fiscal do país. Em um cenário de incertezas e pressões por responsabilidade fiscal, suas decisões podem acelerar — ou travar — o andamento da proposta orçamentária para 2026.

Efraim Filho tem dado sinais claros de que não aceitará pressão do Executivo para votar a LDO em ritmo acelerado sem garantias de equilíbrio. Em entrevista ao portal R7, o senador foi direto:

“O governo não quer cortar gastos, prefere aumentar impostos. Se essa conta não fechar, vai ter que jogar pra frente.”

Nos bastidores, o Planalto tenta ganhar tempo, especialmente após a derrota na MP 1303, apelidada de “MP Taxa-Tudo”, que previa aumento de arrecadação. Enquanto isso, a articulação política gira em torno da dupla paraibana, cujas assinaturas são essenciais para que o Orçamento avance.

Pequeno estado, grande influência

Embora a Paraíba não seja um dos maiores colégios eleitorais do país, o estado nordestino ocupa agora um papel estratégico no xadrez político de Brasília. Com o controle das relatorias e das pautas orçamentárias, seus representantes ditam o compasso das decisões que afetam diretamente a economia nacional.

O momento é simbólico: em tempos de debates acirrados sobre responsabilidade fiscal, é do Nordeste que parte o comando da máquina orçamentária. E o recado é claro: na política, não é o tamanho que importa, mas a posição à mesa onde se decide o futuro da República.

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Botão Voltar ao topo