Campina Grande

Crise na saúde: Campina Grande já esgotou orçamento da área para 2025, admite secretário de Finanças

Felipe Gadelha afirma que recursos próprios da Saúde foram totalmente utilizados até setembro deste ano; prestadores relatam atrasos e risco de paralisações

Em meio à crise na rede municipal de saúde, o secretário executivo de Finanças de Campina Grande, Felipe Gadelha, revelou nesta terça-feira (21) que todos os recursos próprios previstos para a Saúde em 2025 já foram utilizados nos primeiros nove meses deste ano. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Arapuan FM.

Segundo Gadelha, o orçamento previsto para o setor — cerca de R$ 165 milhões — foi totalmente executado até setembro, o que acende um sinal de alerta sobre a sustentabilidade financeira da pasta.

“O orçamento da saúde já foi todo utilizado, antes mesmo do fim de 2024. O município vem enfrentando dificuldades diante de outras obrigações fiscais, como os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e os investimentos obrigatórios na educação”, afirmou o secretário.

A revelação ocorre em meio a reclamações de prestadores de serviço da saúde, que denunciam atrasos nos pagamentos referentes ao mês de setembro. Hospitais conveniados à Prefeitura relatam débitos de até três meses e alertam para o risco de suspensão dos atendimentos caso a situação não seja regularizada.

Algumas unidades já recorreram à Justiça para garantir o recebimento dos repasses. A possibilidade de paralisações preocupa os usuários do SUS, que dependem do atendimento das instituições conveniadas.

Esperança nas emendas federais

Para tentar contornar a crise, Felipe Gadelha afirmou que a Prefeitura aguarda a liberação de emendas parlamentares federais, que já estariam aprovadas e poderiam ser destravadas nos próximos dias.

“Estamos confiantes de que essas emendas sejam liberadas ainda esta semana. Com isso, poderemos começar a colocar os pagamentos em dia”, disse o secretário.

A situação acende um novo sinal de alerta para a gestão municipal, que já vinha sendo cobrada por falta de repasses e desorganização financeira. Além da saúde, há preocupação com o cumprimento das obrigações legais na educação, que exige investimentos mínimos até o final do exercício fiscal.

O esgotamento antecipado do orçamento da Saúde coloca em xeque a capacidade da administração de manter os serviços essenciais e reacende o debate sobre prioridades e responsabilidade fiscal.

A oposição na Câmara Municipal já sinalizou que pretende cobrar explicações mais detalhadas nos próximos dias.

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