Novo ataque dos EUA contra navio na costa venezuelana deixa sobreviventes e aumenta tensão no Caribe
Ofensiva, autorizada por Donald Trump, já matou 27 pessoas; Maduro mobiliza forças regionais em resposta

O Exército dos Estados Unidos realizou nesta quinta-feira (16) mais um ataque contra um navio próximo à costa da Venezuela, e, pela primeira vez, houve sobreviventes, segundo reportagem da Reuters. Desde o início das ações, as operações americanas já deixaram 27 mortos.
A ofensiva ocorre em meio à mobilização militar na região do Caribe, incluindo o deslocamento de 10 mil soldados, sete navios, submarinos e caças pelos EUA. O presidente Donald Trump autorizou a CIA a conduzir ações secretas na Venezuela, visando à derrubada do presidente Nicolás Maduro, que responde ativando divisões regionais da Força Armada Nacional Bolivariana, conhecidas como Zodi, nos estados de Mérida, Trujillo, Lara e Yaracui.
Segundo especialistas, a área atingida não corresponde à principal rota de tráfico de drogas para os EUA, sendo responsável por apenas cerca de 10% da cocaína e uma quantidade mínima de fentanil que chega ao país. Ainda assim, a Casa Branca afirma que os barcos estavam ligados à facção Tren de Aragua, considerada organização terrorista internacional pelo governo americano.
A ofensiva gerou dúvidas sobre socorro às vítimas e custódia dos sobreviventes, e o Pentágono não comentou o episódio. Recentemente, as operações deixaram de ser comandadas pelo Comando Sul, sediado em Miami, e passaram à responsabilidade da 2ª Força Expedicionária de Fuzileiros Navais, especializada em operações rápidas. A mudança coincide com o anúncio da saída antecipada do almirante Alvin Holsey, comandante do Comando Sul, gerando preocupação no Congresso americano sobre um possível confronto direto com a Venezuela.
O episódio aumenta a tensão na região e reforça o debate internacional sobre a interferência dos EUA na política venezuelana, enquanto Maduro mantém discurso de rejeição às ameaças e declara não querer guerra.