União Brasil e PP enfrentam impasse na formação de federação e disputas internas sobre governo Lula

União Brasil e PP prometem formar a maior aliança do Congresso, mas o processo de criação da federação entre os dois partidos tem se arrastado. Além das negociações, há uma troca pública de críticas entre dirigentes e um modelo de desembarque do governo Lula que, apesar dos discursos, inclui a permanência de aliados no governo federal.
A origem das duas legendas remonta à Arena, partido que apoiou o regime militar (1964-1985). Desde o início de 2023, União Brasil e PP negociam a formação da federação, culminando em um “lançamento oficial” apenas em abril de 2025. Em agosto, houve novo ato para marcar a aprovação da aliança pelas duas siglas, mas até o momento não houve pedido formal de registro da federação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil), único pré-candidato à presidência da federação, criticou publicamente o presidente do PP, Ciro Nogueira, acusando-o de tentar montar a superfederação para fortalecer seu próprio nome como vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). No plano federal, ministros do União Brasil, como Celso Sabino (Turismo), e do PP, como André Fufuca (Esporte), optam por permanecer no governo Lula, contrariando a ordem de desembarque dada pela federação em formação.
O impasse não afeta cargos federais controlados por líderes partidários: o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mantém o comando da Caixa Econômica Federal; e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), supervisiona os ministérios das Comunicações e da Integração e Desenvolvimento Regional. Ambos seguirão no governo sem interferência partidária.
Internamente, o União Brasil deve se reunir nesta quarta-feira (8) para avaliar a expulsão de Celso Sabino caso ele decida permanecer no Turismo e não se desfiliar.
O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, afirma que há atuação do governo para noticiário desfavorável a ele. Segundo reportagem do ICL Notícias e do UOL, um piloto teria declarado à Polícia Federal que Rueda seria o verdadeiro proprietário de pelo menos quatro aeronaves operadas por uma empresa aérea ligada a Beto Louco e Primo, investigados por suspeita de lavagem de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital). O dirigente nega as acusações.