Paraíba tem 19 novos nomes incluídos na “Lista Suja” do trabalho escravo divulgada pelo Ministério do Trabalho
Atualização de outubro aponta aumento de 46% no número de empregadores flagrados; 147 trabalhadores foram resgatados no estado

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou, nesta segunda-feira (6), o Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como “Lista Suja”. A nova publicação inclui 19 registros da Paraíba, entre pessoas físicas e jurídicas, referentes a casos ocorridos entre 2020 e 2025.
De acordo com a Auditoria Fiscal do Trabalho, as operações resultaram no resgate de 147 trabalhadores. Os setores com maior incidência de irregularidades foram pedreiras e construção civil, historicamente reconhecidos como mais vulneráveis a esse tipo de exploração.
Na Paraíba, os casos foram registrados nos municípios de Campina Grande (8), Cabedelo (4), Taperoá (3), João Pessoa (2), Tacima (1) e Serra Branca (1).
Segundo o MTE, todos os empregadores passaram por processos administrativos, com direito à ampla defesa, antes de serem oficialmente incluídos no cadastro.
Aumento expressivo nos números
O levantamento mostra crescimento expressivo em relação à atualização anterior, divulgada em abril deste ano, quando haviam sido incluídos 13 empregadores e 76 trabalhadores resgatados no estado.
O novo balanço representa um aumento de 46% no número de empregadores e um salto de 93% no total de trabalhadores libertados de condições análogas à escravidão.
Empresas e pessoas físicas incluídas na “Lista Suja” enfrentam restrições no acesso a crédito e na celebração de contratos públicos. O MTE destaca que o cadastro é uma ferramenta essencial para proteger os direitos trabalhistas e expor práticas ilegais que ainda persistem em diversas regiões do país.
Fiscalização nacional
O Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), que atua em todo o território nacional, completou 30 anos em maio de 2025. Desde sua criação, em 1995, o grupo já resgatou mais de 68 mil trabalhadores e garantiu o pagamento de R$ 156 milhões em verbas salariais e rescisórias diretamente às vítimas.
Denúncias de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma remota e sigilosa por meio do Sistema Ipê, plataforma lançada em maio de 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também informou que possui atualmente 1,7 mil procedimentos em investigação em todo o país, envolvendo trabalho escravo e aliciamento de trabalhadores.