Polícia Civil e Agevisa interditam fábrica clandestina de bebidas em Alagoa Nova; produto pode ter causado morte por suspeita de metanol

A Polícia Civil da Paraíba, em ação conjunta com a Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), interditou nesta segunda-feira (6) um estabelecimento ilegal de produção de bebidas alcoólicas na zona rural de Alagoa Nova, no Agreste paraibano. Esta foi a segunda interdição em 48 horas de locais suspeitos de fabricar ou armazenar bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica.

A operação foi conduzida pelo Grupo Tático Especial (GTE) da 12ª Delegacia Seccional, que apreendeu mais de quatro mil garrafas de bebidas sob suspeita de adulteração. O material estava armazenado em uma garagem localizada no distrito de São Tomé, onde também era produzida a bebida que levava o mesmo nome.

De acordo com as investigações, o produto “São Tomé” teria sido ingerido por Francisco Rariel Dantas da Silva, de 32 anos, que morreu no último sábado (4), em Campina Grande, com suspeita de intoxicação por metanol. O Instituto de Polícia Científica (IPC) colheu amostras da bebida e realiza exames laboratoriais para confirmar a presença da substância.

O proprietário do estabelecimento foi autuado em flagrante com base no Art. 272 do Código Penal (crime contra a saúde pública) e no Art. 7º, inciso IX, da Lei nº 8.137/1990, que trata de crimes contra a ordem tributária, econômica e de consumo. Ele está à disposição da Justiça e deverá passar por audiência de custódia.

Primeira interdição ocorreu em Baraúna

No último sábado (4), a Polícia Civil e a Agevisa já haviam interditado um depósito em Baraúna, no Curimataú paraibano, onde foram encontradas bebidas destiladas armazenadas de forma irregular. Foi nessa cidade que morava Francisco Rariel, a vítima da suspeita de intoxicação.

As forças de segurança e vigilância sanitária continuam atuando de forma integrada para identificar outros pontos de produção e distribuição de bebidas adulteradas no estado.