UFPE reserva vagas de Medicina em Caruaru para assentados e MST, e entidades médicas criticam

A decisão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) de destinar 80 vagas do curso de Medicina do Centro Acadêmico do Agreste, em Caruaru, exclusivamente a participantes do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), provocou críticas de entidades médicas e abriu debate político no Estado.
O edital, com início previsto para outubro de 2025, restringe a participação a beneficiários do Pronera, como assentados da reforma agrária vinculados ao MST, quilombolas e educadores do programa.
Segundo Clarice dos Santos, coordenadora-geral de Educação, Arte e Cultura do Campo do Incra, a criação do curso resultou de uma articulação entre o instituto, movimentos sociais, a UFPE e ministérios, especialmente o da Saúde.
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, o Sindicato dos Médicos, a Associação Médica e a Academia Pernambucana de Medicina se manifestaram contra o formato, alegando que ele “afronta os princípios da isonomia e do acesso universal”. As entidades defendem que a seleção deveria seguir critérios do Enem e do Sisu, e alertam que o processo paralelo pode afetar a credibilidade acadêmica.