Lula embarca para os EUA com comitiva enxuta e sem congressistas
Presidente evita ampliar grupo por temor de constrangimentos diplomáticos; ministros Haddad e Padilha cancelaram participação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na manhã deste domingo (21.set.2025) para Nova York, onde participa da abertura da Assembleia Geral da ONU. Desta vez, a comitiva presidencial é mais enxuta: inclui seis ministros, dois governadores e nenhum congressista, fato incomum em viagens internacionais do petista.
A decisão de reduzir o grupo foi motivada por cautela diplomática, diante da tensão crescente entre o governo brasileiro e o governo do republicano Donald Trump, que busca a reeleição à Casa Branca.
Ministros e governadores na comitiva
Entre os integrantes da comitiva que embarcaram com Lula na Base Aérea de Brasília, estão:
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Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública)
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Camilo Santana (Educação)
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Márcia Lopes (Mulheres)
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Sônia Guajajara (Povos Indígenas)
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Celso Amorim (assessor especial da Presidência)
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Elmano de Freitas (governador do Ceará)
Outros nomes já estavam em Nova York para agendas anteriores à chegada do presidente, como:
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Marina Silva (Meio Ambiente)
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Mauro Vieira (Relações Exteriores)
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Helder Barbalho (governador do Pará)
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André Corrêa do Lago (presidente da COP30)
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Ana Toni (diretora-executiva da COP30)
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Tarciana Medeiros (presidenta do Banco do Brasil)
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Luiz Claudio Lessa (presidente do Banco da Amazônia)
A primeira-dama Janja Lula da Silva também já está em Nova York desde a última quarta-feira (17.set), onde participa de eventos sobre temas sociais como enviada especial para mulheres da COP30.
Congressistas ausentes e recuos de última hora
Nenhum deputado ou senador viajou com Lula desta vez, o que marca uma mudança em relação a anos anteriores. Em 2024, por exemplo, os então presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estiveram presentes e acompanharam o discurso do presidente na ONU.
Segundo bastidores, os atuais presidentes das Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), evitaram o convite para não sinalizar apoio político ao governo Lula, temendo, inclusive, sanções internacionais sob a Lei Magnitsky, que permite punições a autoridades estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos.
Dois ministros que inicialmente estariam na viagem cancelaram a ida:
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Fernando Haddad (Fazenda) optou por permanecer em Brasília, priorizando a tramitação de projetos econômicos, como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.
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Alexandre Padilha (Saúde) desistiu após os EUA concederem visto com restrições, limitando sua circulação a um raio de 5 km. Ele criticou a medida como “arbitrária e autoritária” e um afronta ao direito internacional.

