Primeira-dama de João Pessoa vira ré por aliciamento de eleitores em operação que investiga ligação com facção criminosa
Lauremília Lucena, ex-vereadora Raíssa Lacerda e outros oito são acusados pelo Ministério Público Eleitoral no caso que envolve a facção Nova Okaida

O Juízo da 1ª Zona Eleitoral de João Pessoa recebeu denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) e tornou réus a primeira-dama da capital, Lauremília Lucena, a ex-vereadora Raíssa Lacerda e outras oito pessoas por aliciamento violento de eleitores nas eleições municipais de 2024.
As denúncias são resultado da Operação Território Livre, deflagrada para desarticular uma suposta organização criminosa composta por agentes políticos, servidores públicos e membros da facção Nova Okaida — grupo criminoso com atuação conhecida na Paraíba.
O que diz o Ministério Público
De acordo com o MPE, o grupo teria atuado de forma coordenada e violenta para coagir eleitores, visando manipular o processo eleitoral em áreas dominadas por facções. As investigações indicam que houve uma aliança ilícita entre o crime organizado e atores políticos locais, com promessas de benefícios em troca de votos.
A denúncia foi aceita pelo juiz eleitoral, que considerou haver indícios suficientes para abertura de ação penal contra os acusados.
Defesa da primeira-dama
Em nota, a defesa de Lauremília Lucena afirmou que ela está colaborando com as investigações, que confia na Justiça e que irá provar sua inocência ao longo do processo.
“A primeira-dama continua colaborando com as autoridades e vê com tranquilidade o oferecimento da denúncia”, disseram os advogados.
A ex-vereadora Raíssa Lacerda, que também figura entre os réus, ainda não se manifestou oficialmente.
Próximos passos
Com a aceitação da denúncia, o processo entra na fase de instrução, onde testemunhas serão ouvidas, provas serão apresentadas, e os réus poderão apresentar suas defesas de forma mais ampla. Caso condenados, os envolvidos podem sofrer sanções penais e eleitorais, incluindo prisão e inelegibilidade.