Trump e secretário de Estado dos EUA reagem à condenação de Bolsonaro pelo STF
Ex-presidente americano classificou decisão como “surpreendente”; Marco Rubio chamou processo de “caça às bruxas” e prometeu resposta dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (11) estar “surpreso” e “muito insatisfeito” com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em fala à imprensa, Trump afirmou que considera o julgamento semelhante às tentativas de perseguição política que ele próprio teria sofrido nos Estados Unidos.
“Eu achei que ele foi um bom presidente do Brasil. E é muito surpreendente que isso possa acontecer. Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum”, disse Trump.
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e outros sete réus por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, em julgamento considerado histórico por envolver um ex-chefe de Estado. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.
Reação de Marco Rubio
O atual secretário de Estado americano, Marco Rubio, também se posicionou nas redes sociais. Em postagem feita no X (antigo Twitter), ele criticou duramente o STF brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes, e classificou a condenação de Bolsonaro como uma “caça às bruxas”.
“As perseguições políticas pelo violador de direitos humanos e alvo de sanções Alexandre de Moraes continuam, enquanto ele e outros no Supremo Tribunal do Brasil decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos darão resposta à altura a essa caça às bruxas”, escreveu Rubio.
Resposta do Itamaraty
Diante das declarações, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) respondeu com firmeza à publicação do secretário americano. Em nota, o governo brasileiro afirmou que “ameaças não intimidarão a democracia brasileira” e reiterou que o Brasil é um Estado soberano, com instituições que funcionam plenamente dentro do Estado Democrático de Direito.
Contexto
Bolsonaro foi condenado por crimes relacionados à tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, em um processo que investigou ações após as eleições de 2022 e os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
O julgamento no STF contou com votos unânimes da Primeira Turma, e a decisão ainda deve ser objeto de recursos da defesa.
Foto: Alan Santos/PR