Senador Izalci Lucas pede convocação do advogado Enrique Lewandowski para esclarecer esquema bilionário envolvendo aposentados do INSS

O senador Izalci Lucas protocolou um requerimento para convocar o advogado Enrique Lewandowski a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo aposentados e pensionistas do INSS.
Lewandowski foi contratado para defender a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (AMBEC) e o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (CEBAP) — entidades sob investigação por suspeita de serem “entidades de fachada” que teriam desviado mais de R$ 730 milhões dos cofres de aposentados.
O requerimento, fundamentado em dispositivos constitucionais e legais, destaca a importância do depoimento do advogado para esclarecer sua atuação e os possíveis impactos de sua defesa no andamento das investigações. A contratação de Lewandowski ocorreu meses antes da Operação Sem Desconto, ação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) que expôs o esquema.
Um fator que agrava a situação é o fato de Enrique ser filho do ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, gerando suspeitas sobre um possível conflito de interesses. A comissão chama atenção para o contrato que inclui a representação do CEBAP junto a órgãos federais, como a Secretaria Nacional do Consumidor — vinculada ao ministério comandado por seu pai à época — o que pode ter facilitado tentativas de obstrução das investigações.
O senador Izalci Lucas ressalta que a convocação é fundamental para entender a origem dos recursos usados para pagar os honorários de Lewandowski e para desvendar conexões com outras figuras-chave do esquema, como o empresário Maurício Camisotti.
Até o momento, a CPMI do INSS já protocolou mais de 900 requerimentos entre convocações e quebras de sigilo para aprofundar as apurações.
Izalci conclama os parlamentares a apoiarem a convocação para que a corrupção não permaneça impune e que os responsáveis sejam finalmente responsabilizados.
Foto: Zeca Ribeiro

