Malafaia desafia Alexandre de Moraes após apreensão de passaporte e celular
O pastor Silas Malafaia, aliado de Jair Bolsonaro, subiu o tom contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após ter seu passaporte e celular apreendidos em operação da Polícia Federal (PF) na noite de quarta-feira (20). A ação faz parte do inquérito que investiga tentativa de obstrução à Justiça e coação a autoridades no âmbito da ação penal do golpe de Estado.
Em entrevista ao portal Metrópoles nesta quinta-feira (21), Malafaia chamou Moraes de “criminoso” e defendeu sua prisão. “Alexandre Moraes tem que ser julgado e preso pelos crimes contra o Estado democrático de direito”, afirmou. O pastor afirmou ainda que não teme ser detido: “Vai me prender, então me prende”.
Segundo a PF, Malafaia teve papel central na mobilização digital para atacar ministros do STF, orientando o ex-presidente Jair Bolsonaro a publicar vídeos e mensagens críticas mesmo após decisões judiciais proibirem o uso das redes sociais. Ele também criticou o vazamento das conversas pela PF, alegando que o ministro seria responsável pelos supostos crimes de divulgação.
O religioso defendeu a anistia aos condenados na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado e criticou o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), acusando-o de agir de forma “suja” e não cumprir acordos políticos.
Malafaia foi incluído no inquérito em 14 de agosto, junto com Bolsonaro, seu filho Eduardo e o jornalista Paulo Figueiredo. Eles são investigados por coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito.
A reportagem contatou o STF e a Câmara dos Deputados para comentários de Alexandre de Moraes e Hugo Motta, mas não obteve resposta até a publicação.
Foto: Eduardo Anizelli