Política

Hugo Motta diz que não há ambiente na Câmara para anistia ampla a investigados por tentativa de golpe

Presidente da Câmara afirma que medida deve ser debatida, mas rejeita perdão irrestrito a suspeitos de planejar ações violentas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não há ambiente favorável entre os parlamentares para aprovar uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos antidemocráticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada em entrevista à revista Veja, nesta segunda-feira (11).

A fala ocorre uma semana após deputados bolsonaristas bloquearem a pauta da Câmara por mais de 30 horas, exigindo a liberdade de Bolsonaro e pressionando pela votação da anistia a investigados por tentativa de golpe de Estado e outros atos extremistas.

“O que eu sinto, do contato que tenho com os parlamentares, é que há uma certa dificuldade com anistia ampla, geral e irrestrita. Até porque tivemos o planejamento de morte de pessoas — isso é muito grave. Não sei se há ambiente para anistiar quem agiu dessa forma. Penso que não”, declarou Motta.

Apesar disso, o presidente da Câmara defendeu que o tema da anistia deve ser “amplamente debatido”, inclusive sobre seu conteúdo e a viabilidade de levá-la ao plenário.

Segundo ele, para que seja pautada, a proposta precisa obter maioria no colégio de líderes, grupo que define a agenda de votações semanais. Motta explicou que não irá obstruir qualquer pauta que tenha apoio majoritário entre as lideranças.

“Quando houver maioria construída, jamais essa presidência irá obstruir as pautas. O colégio de líderes é o foro adequado, sempre procuramos trazer a pauta de consenso”, afirmou, reforçando que não tem “preconceito com nenhuma pauta”.

A proposta de anistia enfrenta resistência de partidos como o PT, enquanto o PL e parte do Centrão pressionam por sua inclusão na pauta. A medida tem como pano de fundo as investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra civis e militares envolvidos em tentativas de subverter a ordem democrática após as eleições de 2022.

Foto: Kaio Magalhães/Agência Câmara

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