Brasil

Fundador da Ultrafarma é preso em operação contra esquema bilionário de corrupção fiscal

Sidney Oliveira, empresário conhecido pela atuação midiática, é um dos alvos de investigação que apura fraudes em créditos tributários na Secretaria da Fazenda de SP

O empresário Aparecido Sidney de Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, foi preso temporariamente nesta terça-feira (12), em sua chácara em Santa Isabel, na Grande São Paulo. Aos 71 anos, ele é um dos alvos de uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que investiga um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda.

A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), aponta um esquema de fraudes em créditos tributários que teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. Entre os presos está um auditor fiscal de alto escalão, acusado de liderar o esquema, e o diretor da Fast Shop, Mario Otávio Gomes.

Segundo o MP, o auditor manipulava processos administrativos para beneficiar empresas do varejo em troca de pagamentos mensais, feitos por meio de uma empresa registrada no nome da mãe dele. As fraudes envolviam a quitação irregular de débitos tributários.

Fundador da Ultrafarma em 2000, Sidney Oliveira é conhecido por sua história de superação e por sua forte presença na mídia. Nascido em Nova Olímpia (PR), começou a trabalhar em farmácia aos 9 anos, foi alfabetizado em um programa criado por Paulo Freire e nunca cursou universidade. A Ultrafarma se destacou por popularizar os genéricos e pelo sucesso no comércio eletrônico.

Em 2023, Oliveira apresentou programas em emissoras como SBT e RedeTV, e no ano passado declarou apoio ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante as eleições municipais.

Procurada, a Ultrafarma não se manifestou até o momento. A Secretaria da Fazenda afirmou, por meio de nota, que está colaborando com a investigação por meio da Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp). A Fast Shop também declarou que está prestando as informações solicitadas pelas autoridades.

Os envolvidos podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações continuam em andamento, com mandados de busca e apreensão sendo cumpridos em diversos endereços ligados aos suspeitos e empresas envolvidas.

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