Em meio à ocupação do plenário da Câmara dos Deputados por parlamentares da oposição, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu convocar uma sessão para a noite desta quarta-feira (6), mesmo com a permanência dos bolsonaristas no local.
Durante reunião com líderes partidários, Motta recebeu apoio para adotar medidas mais rígidas e sinalizou que poderá suspender os mandatos de deputados que continuarem obstruindo os trabalhos legislativos. A iniciativa visa reafirmar o controle da Mesa Diretora e garantir a continuidade da pauta no plenário.
“A Câmara dos Deputados não será refém de protestos. Temos que assegurar o funcionamento da Casa e o cumprimento da agenda legislativa”, teria afirmado o presidente, segundo interlocutores.
A ocupação começou na noite de terça-feira (5), como forma de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os deputados aliados ao ex-presidente exigem que temas da chamada pauta conservadora tenham prioridade nas votações.
Apesar de uma reunião realizada mais cedo com Hugo Motta, os parlamentares da oposição mantiveram o protesto, alegando que não houve acordo. Em resposta, Motta decidiu reunir os líderes e propôs uma entrada coletiva no plenário como sinal de coesão institucional diante da crise.
Nos bastidores, a possibilidade de sanções disciplinares — incluindo suspensão temporária de mandatos — passou a ser discutida como forma de conter a escalada do impasse.
O clima segue tenso na Câmara, e a expectativa é de que os próximos passos do presidente Hugo Motta definam os rumos da disputa política instalada no Congresso.
Foto: Kayo Magalhães
