Ministros do STF se reúnem com Lula após sanção dos EUA a Moraes
Presidente reafirma apoio à Corte, e estratégia de resposta a Trump será liderada pela AGU

Seis dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram, na noite desta quinta-feira (31), de um jantar no Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro ocorreu em meio à tensão diplomática gerada pela sanção imposta pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes, com base na chamada Lei Magnitsky, e teve como objetivo sinalizar unidade e apoio mútuo entre o Executivo e o Judiciário brasileiro.
Participaram do jantar os ministros Luís Roberto Barroso (presidente do STF), Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Edson Fachin. Os cinco primeiros já mantêm diálogo próximo com Lula. Fachin deve intensificar a relação institucional com o presidente a partir de setembro, quando assumirá a presidência do STF.
Também estiveram presentes o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o advogado-geral da União, Jorge Messias; e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Segundo fontes do governo, Lula organizou o jantar como um gesto de solidariedade após as sanções americanas, especialmente a Alexandre de Moraes, um dos principais alvos de críticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de seus aliados. A medida repercutiu fortemente no Brasil e no exterior, sendo vista como uma tentativa de interferência nas instituições brasileiras.
Durante o encontro, os ministros do STF reiteraram que não haverá mudanças na atuação da Corte, independentemente de pressões externas. O presidente Lula, por sua vez, reforçou o apoio irrestrito ao tribunal e à sua autonomia.
Embora ainda não tenha sido definida uma estratégia jurídica oficial de resposta às sanções, a Advocacia-Geral da União (AGU) será a responsável por conduzir qualquer ação, dado que o STF não possui jurisdição internacional para se manifestar diretamente sobre o caso.