Estados Unidos revogam vistos de ministros do STF e autoridades brasileiras; Lula condena medida

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “arbitrária e completamente sem fundamento” a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar os vistos de entrada de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades brasileiras. A declaração foi feita neste sábado (19), em resposta à medida anunciada na sexta-feira (18) pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio.
“A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, afirmou Lula. O presidente ressaltou ainda que “nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”.
Vistos revogados e sanções ampliadas
A revogação de vistos atinge o ministro Alexandre de Moraes e se estende a familiares e aliados no STF, embora o governo dos EUA não tenha especificado todos os nomes afetados na divulgação inicial. No sábado, foi confirmada a suspensão dos vistos dos seguintes ministros:
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Luis Roberto Barroso (presidente do STF)
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Edson Fachin (vice-presidente)
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Alexandre de Moraes
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Dias Toffoli
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Cristiano Zanin
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Flávio Dino
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Cármen Lúcia
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Gilmar Mendes
Além deles, foram afetados:
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Procurador-Geral da República, Paulo Gonet
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Diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues
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Delegado da Polícia Federal, Fábio Schor
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Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski
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Senador Rodrigo Pacheco
Impacto sobre familiares e residentes nos EUA
A medida americana inclui a proibição de entrada no território dos EUA para parentes próximos dos sancionados, incluindo crianças. Aqueles que já residem, estudam ou trabalham nos Estados Unidos têm o prazo para deixar o país sob risco de deportação.
Contexto e reação no Brasil
A decisão norte-americana ocorreu horas após a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, restrição de acesso às redes sociais e limitação de circulação.
Até o momento, o Supremo Tribunal Federal não divulgou nenhuma manifestação oficial sobre a suspensão dos vistos.
FOTO: REUTERS/Nathan Howard