Política

Janja volta a ganhar protagonismo em cúpula do Brics marcada por ausências e impasses diplomáticos

Primeira-dama acompanhou Lula de perto durante o evento no Rio, que terminou com críticas indiretas a Israel e aos EUA, e sem a presença de líderes como Xi Jinping e Putin.

A primeira-dama Janja da Silva voltou a ocupar posição de destaque em mais uma cúpula internacional. Assim como no G20, realizado no Rio de Janeiro em novembro de 2024, ela se sentou atrás do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Cúpula do Brics, que também aconteceu na capital fluminense neste domingo (6). Durante o discurso de abertura de Lula, Janja chegou a gravar vídeos com o celular, evidenciando novamente sua presença ativa nos eventos oficiais.

O encontro, no entanto, foi marcado por esvaziamento político. Quatro chefes de Estado não compareceram: Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Masoud Pezeshkian (Irã) e Abdel Fattah el-Sisi (Egito), o que diminuiu o peso internacional da declaração final da cúpula, parte da estratégia do governo brasileiro de reposicionar o país como ator global relevante.

No documento oficial divulgado ao fim do encontro, os países do Brics demonstraram “profunda preocupação” com o agravamento da segurança no Oriente Médio, com destaque para a questão nuclear. A nota condena os recentes ataques contra o Irã, mas evita citar diretamente os Estados Unidos e Israel, apontados como autores dos bombardeios.

Embora Israel seja mencionado sete vezes no texto, os trechos referem-se principalmente aos conflitos na Faixa de Gaza, Síria e Líbano. O Irã, que ingressou no Brics em 2023 e não reconhece o Estado de Israel, chegou a pressionar por uma posição mais dura contra Tel Aviv, contando com o apoio da China e da Rússia. O termo “regime sionista”, comum no discurso iraniano, não foi incluído no documento.

A cúpula de 2025 reforça tanto o esforço brasileiro de liderar uma diplomacia mais ativa quanto os desafios de equilibrar interesses divergentes entre os países-membros do bloco.

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