Brasil

Presidente dos Correios pede demissão em meio a pressões políticas e crise financeira

Fabiano Silva deixa o cargo após prejuízo bilionário da estatal e alegações de interferência de Rui Costa e Davi Alcolumbre

O presidente dos Correios, Fabiano Silva, entregou seu pedido de demissão nesta sexta-feira (4). A carta foi deixada no Palácio do Planalto para os auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre agenda no Rio de Janeiro. A saída ainda não foi oficializada, pois depende de uma conversa direta entre Silva e Lula.

Segundo aliados, a permanência de Fabiano se tornou insustentável diante de pressões políticas, especialmente do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). Desde o início do atual governo, Alcolumbre tem articulado para emplacar um aliado no comando da estatal.

Além das disputas políticas, problemas de saúde também pesaram na decisão de Fabiano. Ele deixa o cargo em um momento delicado para os Correios: a empresa registrou o maior déficit entre estatais em 2024, com prejuízo de R$ 1,7 bilhão apenas no primeiro trimestre.

Apesar da grave crise financeira, Silva nega que sua saída esteja ligada ao desempenho da estatal. Ele atribui os resultados negativos à criação da chamada “taxa das blusinhas”, instituída pelo governo em 2023 para taxar compras de varejistas chinesas, o que teria afetado diretamente o volume de encomendas processadas pela empresa.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

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