Governo Lula libera R$ 1,5 bilhão em emendas na semana em que sofre derrota no Congresso
Executivo tenta conter desgaste político após derrubada de decreto sobre o IOF; liberação de emendas é vista como tentativa de manter apoio parlamentar

Na mesma semana em que enfrentou uma de suas maiores derrotas no Congresso Nacional, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares. A movimentação ocorreu em meio à rejeição, por deputados e senadores, de um decreto do Executivo que reajustava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), apenas na terça-feira (24) — véspera da votação que derrubou o decreto — foram empenhados mais de R$ 831 milhões. Foi o maior valor registrado em um único dia em 2025.
Desde o início do ano, o governo já empenhou mais de R$ 2,3 bilhões em emendas. No entanto, apenas cerca de R$ 465 milhões foram efetivamente pagos até o momento. Esse descompasso tem gerado críticas no Congresso, especialmente de deputados e senadores que cobram maior agilidade na liberação dos recursos.
Aliados do governo avaliam que a insatisfação com a execução das emendas tem sido usada como estratégia pelo Centrão e partidos de centro-direita para se afastar do Palácio do Planalto e mirar as eleições de 2026. A maioria dessas legendas já indica que não pretende apoiar Lula em uma eventual tentativa de reeleição.