Política

Câmara anula aumento do IOF decretado por Lula com ampla maioria de votos

Texto segue para o Senado; base governista critica votação acelerada e fala em “tapetão virtual”

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25) a anulação de três decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que previam o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A proposta foi aprovada por 383 votos a favor e 98 contra, representando uma derrota significativa para o Palácio do Planalto.

A medida, de autoria do deputado Zucco (PL-RS), foi relatada pelo Coronel Chrisóstomo (PL-RO). O texto aprovado foi um substitutivo, que revoga não apenas o mais recente decreto (12.499/25), mas também os anteriores (12.466/25 e 12.467/25), todos parte da estratégia do governo para reforçar o orçamento de 2025 e evitar cortes mais profundos.

“Este é um presente para o PL, que hoje completa 40 anos de trabalho pelo Brasil”, disse Chrisóstomo durante a votação, que teve forte apoio da bancada de oposição ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Críticas à condução da votação

Deputados da base governista protestaram contra o que chamaram de “votação relâmpago” e criticaram a ausência de diálogo com o Executivo. Rogério Correia (PT-MG) classificou a sessão como “virtual e com o Congresso praticamente vazio”.

Pelas redes sociais, o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) chamou o processo de “tapetão virtual”, enquanto Tarcísio Motta (Psol-RJ) apontou “sabotagem” de partidos aliados ao governo por votarem a favor do projeto da oposição.

Próximos passos

O texto segue agora para análise no Senado Federal, onde, segundo fontes da presidência da Casa, há clima favorável à aprovação. Caso o Senado confirme a decisão da Câmara, os decretos perderão validade e o aumento do IOF será oficialmente revogado.

A equipe econômica do governo tem alertado que a derrubada das medidas pode comprometer o equilíbrio fiscal e dificultar o planejamento orçamentário de 2025.

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