Política

Cássio Cunha Lima critica dosimetria das penas e diz que 8 de Janeiro “não foi golpe”

Em entrevista ao Correio Braziliense, ex-senador defende punições aos vândalos, mas questiona exageros nas sentenças e diz que atos não tiveram estrutura golpista

O ex-senador Cássio Cunha Lima (PSD) voltou à cena política nacional ao conceder entrevista ao Correio Braziliense, publicada nesta terça-feira (22). Durante a conversa, o ex-parlamentar, que recentemente deixou o PSDB e ingressou no PSD de Gilberto Kassab, abordou temas como a Constituição de 1988, a defesa da democracia, os atos de 8 de Janeiro e o debate sobre anistia aos envolvidos.

Para Cássio, os episódios de 8 de janeiro de 2023 em Brasília não configuram uma tentativa de golpe de Estado.

“Não vejo como golpe. Foi uma ação de vândalos e irresponsáveis, que precisam ser punidos. Mas não havia qualquer estrutura para um golpe. O presidente Lula já havia nomeado os comandantes das Forças Armadas. Um golpe não ocorre sem apoio militar”, afirmou.

Críticas à dosimetria e defesa da anistia

Cássio criticou o que considera exagero nas penas aplicadas, especialmente em casos emblemáticos como o da cabeleireira Débora Rodrigues, condenada a 14 anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos.

“A dosimetria das penas precisa ser respeitada. O caso da Débora, por exemplo: mãe de duas crianças, presa por dois anos por escrever ‘perdeu, mané’ com batom numa estátua, me parece um exagero”, pontuou.

Sobre os projetos de anistia em debate no Congresso, o ex-senador considera que a proposta ganha força justamente por conta das condenações consideradas desproporcionais.

“Os pedidos de anistia decorrem de exageros nas penas. O caso da Débora é simbólico. […] Que risco ela representava? A pena foi excessiva. Isso alimenta o movimento pela anistia.”

Durante a entrevista, Cássio também rememorou sua participação como constituinte em 1988, classificando o processo como um dos maiores avanços democráticos do país, e fez críticas a atos de autoritarismo extremo no atual cenário político.

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